O uso de string box é realmente necessário?

Por Michele Matos, ESDB

Tal como os televisores, refrigeradores e eletrodomésticos, os inversores, módulos fotovoltaicos e outros elementos dos sistemas de geração fotovoltaica podem ser danificados em momentos de surtos elétricos pois possuem limitada resistência. Por isso, ao oferecer um sistema de geração fotovoltaica sem uma string box, sob a alegação de que os componentes integrados ao inversor suportam raios e surtos elétricos torna-se, em sua maior parte, inconsequente. Além de ferir as boas práticas, essa equivocada alegação contrapõe as normas de instalações nacionais e internacionais, como por exemplo a IEC 60364-7-712 – que determinam que elementos de proteção integrados ao inversor não podem ser considerados dispositivos de proteção contra surtos.

Segundo a Clamper, o uso da string box, como elemento independente, aumenta a robustez da proteção contra surtos, promove manutenções rápidas e seguras, além de garantir tranquilidade e redução nos custos de manutenção.

Os inversores, ao permitirem a conexão direta de um grande número de strings, reduzem os custos de instalação ao dispensarem o uso da stringbox externa, porém sacrificam a segurança dos sistemas fotovoltaicos. A potência de proteção da string box é maior, visto que o DPS acoplado ao inversor fornece ao sistema uma potência de proteção muito menor. Assim, um surto de intensidade mais elevada coloca o inversor sob o risco de sofrer uma série de danos internos devido ao aumento abrupto de temperatura. Se o inversor não perder o seu funcionamento na primeira sobretensão mais intensa que detectar, a grande variedade de danos recebidos pode diminuir a capacidade de proteção do DPS e encurtar a sua vida útil.

Por outro lado, os sistemas DPS presentes nas string boxes apresentam uma capacidade de proteção maior, absorvendo a energia de sobretensão de forma muito menos danosa ao sistema. Além disso, os DPS estarão isolados do restante do sistema, não causando danos ao inversor na ocorrência de um problema de manutenção, podendo ampliar em até 5x sua vida útil.

Outro ponto importante a considerar são as peças de reposição, essas são, sem dúvidas, o maior trunfo da string box. Assim que o DPS chega ao fim da vida útil, a substituição de componentes é simples, rápida e segura, uma vez que as peças de reposição estão disponíveis para compra em locais de fácil acesso, como em lojas especializadas ou com o fabricante.

No caso do inversor integrado, o processo é um pouco mais complicado. Fazer a troca de peças no DPS acoplado é muito mais caro — por ele estar fixo à placa, precisa haver um processo de remoção. Em seguida, as peças a serem substituídas são muito mais difíceis de se encontrar, e, em muitos casos, o dispositivo terá de ser retornado ao fabricante para a manutenção. O processo completo pode durar meses. Meses estes em que a produção estará em stand-by, prejudicando os ganhos.

Levando em consideração esses fatos, adotamos como padrão, a utilização da string box para todos os sistemas, pensando na segurança da instalação e na maior vida útil dos equipamentos.